Tomás de Aquino |
Agostinho de Hipona |
Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino têm influenciado o pensamento cristão mais que qualquer outra autoridade religiosa e teológica da história. Os seus pensamentos não estão presentes apenas na teologia, mas também continuam vivos na filosofia e até na política. Não é por acaso que são considerados como os dois maiores teólogos da história do cristianismo e da filosofia cristã.
Ambos se apossaram da filosofia, especialmente da grega clássica, para defender a fé cristã e demonstrar a lógica dos princípios religiosos. Eles desenvolveram argumentos racionais para provar a existência de um Deus pessoal e criaram uma teoria teológica da história humana
Apesar de suas semelhanças, de pertencerem a uma mesma religião e de defendê-la e de procurar a lógica da fé cristã, há entre eles, controvérsias dignas de serem observadas.
A primeira diferença entre um e outro é o tempo. Agostinho viveu entre o século IV e V (354 a 430). Tomás de Aquino é do século XIII (1225 a 1274). Quase mil anos separa um do outro. Embora sejam representantes da filosofia medieval cristã, Agostinho é a principal figura da filosofia patrística, ao passo que Aquino é a figura central da escolástica. São períodos diferentes. No Tempo de Santo Agostinho a igreja buscava organizar e sistematizar racionalmente o pensamento cristão. Para isso ela subjugou a filosofia, reduzindo meramente ao papel de serva da teologia. Já no tempo de Tomás de Aquino a Igreja é um grande império religioso, com definições absolutas e acabadas, onde ninguém poderia contrariá-la. No entanto, a filosofia inicia a reivindicar a sua independência, sua libertação do julgo teológico. São Tomás de Aquino, seguindo a tendência do seu tempo equipara a filosofia à teologia.
Ambos beberam abundantemente da filosofia grega clássica e tentaram a seu modo e influenciado pelo seu tempo reinterpretar e adaptar a filosofia com a teologia e com os dogmas da Igreja. Agostinho adotou como seu filosofo predileto Platão, ao passo que Tomás de Aquino adotou Aristóteles.
Alguns dos representas da patrística foram: Clemente de Alexandria, Orígenes e Tertuliano. Mas a principal figura é Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona. Seguindo a tradição platônica, que sempre o perfeito por detrás de todo imperfeito e a verdade absoluta por detrás de todas as verdades particulares, também Santo Agostinho pensa numa iluminação pela qual a verdade é infundida no espírito humano por Deus (ARANHA e MARTINS, 1993, P. 143)
Consultando a tradução feita diretamente do grego, Santo Tomás de Aquino recuperou o pensamento original de Aristóteles. Mais que isso, fez as devidas adaptações à visão cristã (ARANHA, 1993, P. 143)
Em cidade de Deus e em cidade dos homens percebe-se claramente a influencia da filosofia de Platão nos pensamentos de Agostinho. O filósofo ateniense havia ensinado há quatro séculos a. C, que o mundo que vemos adiante de nossos olhos é apenas um mundo de sombra. É uma reprodução do mundo eterno e das formas espirituais. Cidade de Deus é nas palavras do bispo de Hipona o mundo perfeito, o alvo de todos os cristãos. Quanto que a cidade dos homens, é uma sombra do reino de Deus. Ela não é o fim, mas da onde o homem emerge, da onde o homem é chamado.
Estes pensadores cristãos não optaram por esses filósofos por o caso. No tempo de Agostinho a influência de Platão era mais forte que qualquer outro pensador grego. O filósofo judeu de Alexandria, Filo, adaptou o platonismo ao judaísmo nos anos 20 a. C a 50 d. C. Clemente de Alexandria no século II e Origens no século III beberam também das correntes platônicas. Santo Agostinho, que veio logo depois, ao adotar a filosofia como auxiliadora da fé, consequentemente se apossa naturalmente do pensamento de Platão e reinterpreta fazendo uma adaptação à teologia.
No caso de Tomas de Aquino é exatamente no instante em que a filosofia inicia um processo de ressurgimento, reivindicando a sua libertação. Nesse período, precisamente no século XII, as obras de Aristóteles são traduzidas para o latim, aumentando desse modo sua influencia sobre os teólogos. Um pensamento interessante de Aristóteles, que foi aprofundando teologicamente por Tomás de Aquino, é que há uma prima causa que é a causa não causada causadora de todas as coisas. Daí ele desenvolveu um argumento racional dividido em cinco vias para provar a existência de Deus.
Portanto, Agostinho reduziu a filosofia à serva da teologia. Para ele, a filosofia auxilia no entendimento das coisas divinas. São suas palavras: “Credo ut intelligam” (Creio para que possa entender). Ao passo que Aquino equiparou a fé à razão. Para ele, tanto a filosofia quanto a teologia tem sua origem em Deus e são de iguais importâncias para compreender e entender as coisas divinas.
No entanto, quer olhamos para Santo Agostinho, quer para Santo Tomás de Aquino, veremos que ambos têm o mesmo interesse: em saber a causa última de todas as coisas e em relacionar o cristianismo com a filosofia grega.
Ambos se apossaram da filosofia, especialmente da grega clássica, para defender a fé cristã e demonstrar a lógica dos princípios religiosos. Eles desenvolveram argumentos racionais para provar a existência de um Deus pessoal e criaram uma teoria teológica da história humana
Apesar de suas semelhanças, de pertencerem a uma mesma religião e de defendê-la e de procurar a lógica da fé cristã, há entre eles, controvérsias dignas de serem observadas.
A primeira diferença entre um e outro é o tempo. Agostinho viveu entre o século IV e V (354 a 430). Tomás de Aquino é do século XIII (1225 a 1274). Quase mil anos separa um do outro. Embora sejam representantes da filosofia medieval cristã, Agostinho é a principal figura da filosofia patrística, ao passo que Aquino é a figura central da escolástica. São períodos diferentes. No Tempo de Santo Agostinho a igreja buscava organizar e sistematizar racionalmente o pensamento cristão. Para isso ela subjugou a filosofia, reduzindo meramente ao papel de serva da teologia. Já no tempo de Tomás de Aquino a Igreja é um grande império religioso, com definições absolutas e acabadas, onde ninguém poderia contrariá-la. No entanto, a filosofia inicia a reivindicar a sua independência, sua libertação do julgo teológico. São Tomás de Aquino, seguindo a tendência do seu tempo equipara a filosofia à teologia.
Ambos beberam abundantemente da filosofia grega clássica e tentaram a seu modo e influenciado pelo seu tempo reinterpretar e adaptar a filosofia com a teologia e com os dogmas da Igreja. Agostinho adotou como seu filosofo predileto Platão, ao passo que Tomás de Aquino adotou Aristóteles.
Alguns dos representas da patrística foram: Clemente de Alexandria, Orígenes e Tertuliano. Mas a principal figura é Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona. Seguindo a tradição platônica, que sempre o perfeito por detrás de todo imperfeito e a verdade absoluta por detrás de todas as verdades particulares, também Santo Agostinho pensa numa iluminação pela qual a verdade é infundida no espírito humano por Deus (ARANHA e MARTINS, 1993, P. 143)
Consultando a tradução feita diretamente do grego, Santo Tomás de Aquino recuperou o pensamento original de Aristóteles. Mais que isso, fez as devidas adaptações à visão cristã (ARANHA, 1993, P. 143)
Em cidade de Deus e em cidade dos homens percebe-se claramente a influencia da filosofia de Platão nos pensamentos de Agostinho. O filósofo ateniense havia ensinado há quatro séculos a. C, que o mundo que vemos adiante de nossos olhos é apenas um mundo de sombra. É uma reprodução do mundo eterno e das formas espirituais. Cidade de Deus é nas palavras do bispo de Hipona o mundo perfeito, o alvo de todos os cristãos. Quanto que a cidade dos homens, é uma sombra do reino de Deus. Ela não é o fim, mas da onde o homem emerge, da onde o homem é chamado.
Estes pensadores cristãos não optaram por esses filósofos por o caso. No tempo de Agostinho a influência de Platão era mais forte que qualquer outro pensador grego. O filósofo judeu de Alexandria, Filo, adaptou o platonismo ao judaísmo nos anos 20 a. C a 50 d. C. Clemente de Alexandria no século II e Origens no século III beberam também das correntes platônicas. Santo Agostinho, que veio logo depois, ao adotar a filosofia como auxiliadora da fé, consequentemente se apossa naturalmente do pensamento de Platão e reinterpreta fazendo uma adaptação à teologia.
No caso de Tomas de Aquino é exatamente no instante em que a filosofia inicia um processo de ressurgimento, reivindicando a sua libertação. Nesse período, precisamente no século XII, as obras de Aristóteles são traduzidas para o latim, aumentando desse modo sua influencia sobre os teólogos. Um pensamento interessante de Aristóteles, que foi aprofundando teologicamente por Tomás de Aquino, é que há uma prima causa que é a causa não causada causadora de todas as coisas. Daí ele desenvolveu um argumento racional dividido em cinco vias para provar a existência de Deus.
Portanto, Agostinho reduziu a filosofia à serva da teologia. Para ele, a filosofia auxilia no entendimento das coisas divinas. São suas palavras: “Credo ut intelligam” (Creio para que possa entender). Ao passo que Aquino equiparou a fé à razão. Para ele, tanto a filosofia quanto a teologia tem sua origem em Deus e são de iguais importâncias para compreender e entender as coisas divinas.
No entanto, quer olhamos para Santo Agostinho, quer para Santo Tomás de Aquino, veremos que ambos têm o mesmo interesse: em saber a causa última de todas as coisas e em relacionar o cristianismo com a filosofia grega.
Pr Joventino Barros Santana
Nenhum comentário:
Postar um comentário