quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

As três fundamentais qualidades do líder cristão
 que deseja servir com eficiencia

            Quando os apóstolos não mais conseguiram da conta do trabalho social eclesiástico da comunidade cristã de Jerusalém, devido a rápida multiplicação da Igreja, decidiram convocar a comunidade dos discípulos de Jesus Cristo para elegerem sete líderes, com a finalidade de darem assistência social e espiritual as viúvas helenistas, pelo fato de estarem sendo discriminadas na distribuição social entre os irmãos. Os apóstolos exigiram que fossem homens de boa reputação, cheios de Espírito Santo e de sabedoria. Essas qualidades formam o que chamo de tripé da autoridade do líder cristão, que deseja servir com eficiência na igreja de Deus.

            Mas você pode interrogar: para ser um líder são necessárias essas qualidades?

            Creio que não. Aliás, não se faz necessário nem ser um cristão para ser um líder de sucesso nessa era pós-moderna, a onde não mais se conta com a moralidade. Agora, o cristão que quer ser um líder do povo de Deus e servir com eficiência, colocando seus talentos e dons a disposição do reino de Deus, é fundamental, e diria, até indispensável essas virtudes. Sem elas é até impossível de ser cristão, quanto mais um servo daqueles que se dispusera a ser servo de Deus, por meio do Senhor Jesus Cristo.

            Boa reputação. Essa foi à primeira qualidade exigida pelos apóstolos. Essa exigência nos mostra o quanto é valiosa uma boa reputação. Reconhecendo o seu valor, Salomão escreveu há mais de três mil anos que “mais vale o bom nome do que as muitas riquezas” (Pv 22.1). Reputação diz respeito o que as pessoas pensam acerca de você. E isso depende exclusivamente de você mesmo, de suas atitudes, hábitos e estilo de vida. Logo uma boa reputação é reflexo de um caráter íntegro. Pois é o caráter que possibilita o líder a ser um modelo à igreja e a ter um bom testemunho até dos descrentes (I Pd 3.5; I Tm 3. 7). Tornando desse modo o que o apóstolo Paulo chama de “padrão dos fiéis, na palavra, no procedimento, na fé e na pureza”, cuidando de si mesmo e da doutrina. Por que o principal fim do líder crente é salvar a si mesmo e os seus liderados.

            Esse termo reputação é originário do vocábulo latin reputatione e significa fama, celebridade e renome. Então reputação é a nossa fama, é como somos conhecidos pelo público, é como somos julgados todos os dias pelas pessoas. Aliás, de acordo com Claudionor de Andrade, iminente teólogo brasileiro, reputar é justamente isso, julgar repetidamente a uma pessoa ante o fórum da moral pública. E, o interessante é que o líder não pode fugir dessa verdade; ele está sempre sendo julgado diariamente por todos. Tudo que ele faz, diz ou deixar de fazer, as pessoas estão observando. Então o líder deve zelar de sua reputação, do seu nome, de sua fama, ele deve saber como ele é conhecido entre o povo, como ele conceituado pela comunidade dos crentes que se dispôs a servi-los. Plutarco, filósofo pré-socrático, escreveu que "a reputação é como fogo: uma vez aceso, conserva-se bem; mas se apaga, é difícil acendê-lo".    
            Mas alguém pode questionar: como cuidar da reputação?

            Certo pensador cristão diz que a reputação é resultado do caráter.  Se tiver um caráter íntegro, a minha reputação conseguintemente será boa. Portanto não devo se preocupar com a minha reputação, devo cuidar do meu caráter, da minha integridade. Pois reputação é o que as pessoas pensam acerca da minha pessoa, ao passo que o caráter é o que penso a acerca de mim mesmo, diz respeito ao que eu sou. Reputação é exterior, é o conceito que os outros têm de mim. Já caráter é desenvolvido no interior do ser humano, é a essência da moral na alma das pessoas, exteriorizado pelo conjunto de seus hábitos, culminando num estilo de vida. E por seus hábitos e estilo de vida você será julgado hábito e ou não para exercer o papel de líder na comunidade cristã.

            O maior exemplo de um caráter sadio e santo é o Senhor Jesus Cristo. Pedro, que o acompanhou por mais de três anos, escreveu que ele não cometeu pecado algum e nem palavras enganosas se achou em seus lábios. Na crucificação, quando Pilatos interrogou a multidão enfurecida qual foi o mal que Ele (Jesus) fez, não houve resposta alguma. Ninguém conseguiu apontar qualquer falha em Jesus.

            No famoso sermão do monte, registrado em Mateus do quinto ao sétimo capítulo, Jesus concentra seus ensinamentos da lei de Deus na transformação do caráter de seus seguidores. Ele se preocupa com o ser em vez do ter, com as pessoas acima das coisas, como a prática acima de meras palavras. Os seus discípulos não poderiam ser mundo do mundo, nem terra da terra; mas sim luz do mundo e sal da terra. O líder cristão precisa fazer a diferença em meio a essa geração pervertida e confusa, com amor e por meio de um caráter íntegro e moldado pela verdade absoluta da palavra de Deus revelada nas Escrituras.

             Portanto, é importante que o líder não apenas conheça os outros ou a si mesmo, mas como ele é conhecido pelo outros. É interessante saber que conceito as pessoas tem de você, como você é julgado nos bastidores. E não adiante fingir. Ou temos uma boa reputação ou não estamos hábito para servir os servos de Deus. Portanto, cuidemos de nosso nome, de nossa fama e que não sejamos como o personagem de Shakespeare: “Reputação, reputação, reputação! Ah, perdi a reputação! Perdi o que em mim havia de imortal, e o que  fica é bestial”.

Pr Joventino Barros Santana

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